Sistema de saúde seguirá existindo, mas você estará dentro? Mudanças estão aí e o 8º AnestEdu mostra os caminhos

Dr. Wanderson Carvalho, diretor e fundador da WMC Anestesia, no primeiro dia do simpósio do 8º AnestEdu

O abismo na comunicação entre setores clínico e administrativo nas instituições de saúde. Falta de cultura de segurança e de entrega de valor ao paciente. Gestão ineficiente do negócio, não voltada a resultados. Falta de atenção a dados e informações. Desconhecimento e desinteresse por tecnologias que dominarão o mercado em breve. Inabilidades humanas em atos simples como conversar, preencher formulários… Calma! Tudo isso tem solução. São falhas que podem custar caro, custar vidas, mas o 8º AnestEdu, evento que ocorreu nos dias 11 e 12 de maio, em São José dos Pinhais, Grande Curitiba, reuniu médicos anestesistas e cirurgiões experientes que mostram que há caminhos. Nomes como:

  • Aline Yuri Chibana, responsável pela Qualidade do Dep. de Anestesiologia do Hospital A. C. Camargo Cancer Center e presidente da Fundação de Segurança do Paciente
  • Diogenes Silva, CEO da Anestech Innovation Rising
  • Enis Donizetti Silva, coordenador da Anestesia do Hospital Sírio-Libanês
  • Giorgio Pretto, presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Santa Catarina
  • Omar Mejía, diretor da Unidade Cirúrgica de Qualidade e Segurança do InCor
  • Roberto Manara, professor da Faculdade de Educação em Ciências da Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
  • Valter Furlan, diretor técnico e médico do Hospital TotalCor na Amil

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Segundo o Dr. Wanderson Carvalho, diretor e fundador da WMC Anestesia, organizadora do evento, os palestrantes e temas, escolhidos cuidadosamente, trouxeram essas questões, que são hoje as mais urgentes, bem como as mudanças avassaladoras no mercado e nas formas de remuneração: “São exigências de uma forma de gestão que se impõe e que já está se estabelecendo, quer estejamos preparados ou não. Todos que fazem parte do ecossistema de saúde precisam estar preparados, porque se um elo da cadeia não está preparado e funcionando corretamente, os outros elos, por mais bem preparados e funcionando corretamente que estejam, sofrem, e todo o ecossistema sofre e pode até ser rompido”.

Ele explica que é por isso que o AnestEdu foi desenvolvido como uma plataforma para ampliar as discussões que a WMC Anestesia, em seu trabalho como gestora de anestesiologia, tem todos os dias sobre segurança, inovação e resultados com os players da saúde, ou seja, médicos, gestores, indústria, pesquisadores, instituições, estudantes: “Nosso objetivo é fomentar e promover mais profissionalização (técnica e gestão) para melhorar a saúde em todo o Brasil. Por isso, nessa oitava edição, ampliamos o evento para o workshop em centro cirúrgico e o simpósio, este voltado não apenas a médicos anestesistas, mas a cirurgiões, gestores hospitalares e outros profissionais envolvidos com a gestão do centro cirúrgico”.

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Veja depoimentos dos palestrantes:

“O evento foi espetacular.” Dra. Aline Yuri Chibana, responsável pela Qualidade do Dep. de Anestesiologia do Hospital A. C. Camargo Cancer Center

“Uma dia de imersão em anestesia de ponta e moderna. Parabéns pela visão, empenho e qualidade do evento. Uma honra estar com vocês.” Dr. Diogenes Silva, CEO e fundador da Anestech Innovation Rising

“Um meeting de primeira classe, fico muito feliz com as oportunidades de trabalho e interação criadas”. Dr. Enis Donizetti Silva, coordenador da Anestesia do Hospital Sírio-Libanês

“O evento foi muito bom na organização, nos temas, na riqueza de informação e por possibilitar a interação entre tantas pessoas de várias áreas. Gostaria de ver mais eventos com essa abordagem.” Dr. Giorgio Pretto, presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Santa Catarina

“Muito honrado de participar desse time. É exatamente desse tipo de evento que precisamos.” Dr. Roberto Manara, professor da Faculdade de Educação em Ciências da Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

“Evento de uma riqueza incrível e multidisciplinaridade.” Roberto Gordilho, diretor e fundador da GesSaúde

“Aprendizado multidisciplinar e com gestão não tem preço.” Dr. Omar Mejía, diretor da Unidade Cirúrgica de Qualidade e Segurança do InCor

“Esse é um evento muito importante do ponto de vista de que sombra queremos projetar em quem estamos conversando. Que sombra vocês querem projetar em quem irão liderar? Que exemplo? Liderar é pelo exemplo. Esse tipo de discussão traz um enriquecimento muito grande.” Dr. Valter Furlan, diretor técnico e médico do Hospital TotalCor na Amil

Pagamento por performance: um novo mercado bate à porta

Sobre as mudanças no mercado de saúde no Brasil, o Dr. Valter Furlan, diretor técnico e médico do Hospital TotalCor, na Amil (adquirida pela United Health em 2012), em sua palestra na conferência “O que o Gestor de Saúde Espera de uma Empresa de Anestesiologia em sua Instituição de Saúde?” afirmou: “O foco tem que ser o paciente, não simplesmente a redução de custo. O custo baixo precisa ter resultado”.

Na ideia do pay per performance, um movimento que deve ser acompanhado, apontou ele, é o accountable care organizations, que começou nos Estados Unidos e está hoje no Reino Unido. Segundo o Dr. Furlan, é um tipo de responsabilização de todo o sistema, em que, diferentemente da captation, o recurso financeiro é repassado à organização e ao grupo de profissionais, que depois são responsabilizados pelos resultados do paciente. “Os pacientes são avaliados por indicadores de performance, como mortalidade, complicação, qualidade de vida. Isso vai gerar um ganho para todo o sistema, o que tem se mostrado, por exemplo, em cirurgias de quadril, joelho, etc., havendo melhores resultados médicos, com economia de dinheiro”, explicou. “Esse dinheiro vai ser compartilhado entre a fonte pagadora e o grupo que está prestando o serviço. É um tema em que vale a pena ficarmos de olho.”

Quem não se comunica pode acabar fora do negócio

O consultor Rodrigo Pinheiro Machado, palestrante da mesma conferência em que o Dr. Furlan, também alertou que a forma de remuneração das instituições de saúde e seus profissionais médicos e outros, pelas operadoras de plano de saúde, está passando por um processo de reestruturação e logo vai mudar. “Propostas de negócio, a forma de compra desses serviços, que inclui os honorários médicos, já estão sendo negociadas e em teste em cidades de referência no país, com um novo modelo de remuneração, e em breve chegarão aqui”, disse.

Machado falou da distância que há entre a gestão administrativa e o corpo clínico das instituições de saúde, que precisa acabar se todos quiserem que o negócio sobreviva. “Não se consegue juntar essas duas pontas, porque quando começam a conversar sobre um procedimento, um medicamento novo, vira uma discussão e acaba. Precisamos repensar esse modelo porque, agora, a discussão vai ser sobre a sobrevivência do negócio. A ‘empresa hospital’ sempre vai continuar existindo, mas precisamos saber se será conosco.” A solução proposta por ele é analisar a instituição de saúde como um todo: suas pessoas, seus processos, suas tecnologias. Mas, para isso, é preciso conversar, comunicar-se, trabalhar em equipe.

É como afirmou o Dr. Enis Donizetti Silva em sua palestra no painel “O Impacto da Inovação e Gestão em Anestesiologia na Segurança do Paciente Cirúrgico e nos Resultados das Organizações de Saúde”: “É um trabalho em conjunto, não existe um salvador da pátria. Lógico que temos expoentes para nos dar o exemplo, como o prof. Zerbini, de que todo mundo se orgulha, que sempre falava do trabalho em equipe, já há 60 anos. Temos que trabalhar em grupo.”

 

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